28 ABR 2025
O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), permanece prestigiado no governo Lula da Silva (PT) mesmo após ser envolvido no maior escândalo recente da sua gestão: a revelação de um esquema bilionário de descontos fraudulentos em aposentadorias e pensões do INSS.
Reportagem do portal Metrópoles mostrou que a fraude, estimada em mais de R$ 6 bilhões, era praticada via Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) com entidades que descontavam valores de beneficiários sem autorização. A Polícia Federal deflagrou a Operação Sem Desconto na última quarta-feira (23/4) para investigar as irregularidades.
Carlos Lupi foi alertado em julho de 2023 sobre indícios de fraudes nos convênios, mas, ainda assim, as cobranças indevidas continuaram. Mesmo com a operação e a repercussão negativa, Lula optou por manter Lupi no comando da Previdência.
Histórico de denúncias
Não é a primeira crise enfrentada por Lupi. Entre 2007 e 2011, ele foi ministro do Trabalho nos governos Lula e Dilma Rousseff, mas deixou o cargo em dezembro de 2011 após ser alvo de uma série de denúncias, incluindo o favorecimento de ONGs conveniadas com sua pasta e o uso de jatinhos bancados por entidades suspeitas. Lupi sempre negou as acusações.
Partido que tirou Bolsonaro da disputa
Além das crises, Carlos Lupi e seu PDT ganharam notoriedade no cenário nacional por terem sido os autores da ação que levou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a declarar Jair Bolsonaro inelegível até 2030. A ação apontava abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante a reunião de Bolsonaro com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada, em 2022.
Após a decisão do TSE, Carlos Lupi comemorou a condenação com ironia: “O belzebu está inelegível”.
Blindagem
Apesar da pressão por uma “faxina” ministerial diante da gravidade da fraude no INSS, Lula mantém Lupi no cargo. A avaliação no Palácio do Planalto é de que o ministro representa um pilar importante de sustentação política no Congresso Nacional.
Autor(a): BZN