Saúde

Um terço dos médicos deixou a Atenção Primária à Saúde entre 2022 e 2024, aponta estudo

02 JUN 2025

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Um levantamento divulgado nesta segunda-feira (2) revela que 33,9% dos médicos deixaram seus cargos na Atenção Primária à Saúde (APS) entre 2022 e 2024. A alta rotatividade é mais acentuada em regiões com menor Produto Interno Bruto (PIB) per capita, como Maranhão e Paraíba. Já locais como São Paulo, Rio de Janeiro e o Distrito Federal, com maior PIB, registraram os menores índices de saída.

Os dados fazem parte de uma nova base estatística lançada pela organização Umane em parceria com o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), com informações de fontes oficiais como Datasus, Sisab, Vigitel, Sisvan, Ipeadata e IBGE.

Para Marcella Abunahman, médica de família e comunidade e uma das autoras do estudo, a instabilidade de equipes médicas compromete o vínculo com os pacientes e afeta diretamente a qualidade do atendimento. “Os estudos mostram que é preciso pelo menos um ano para eu começar a conhecer meu paciente. E para que o meu paciente comece a me reconhecer como médico dele. Quanto mais se conhece o paciente, mais acertos, menos erros e maior satisfação, porque eu gero o melhor resultado”, explica a médica.

O levantamento está disponível em um painel interativo no site Observatório da Saúde Pública e tem como objetivo fornecer subsídios para gestores aprimorarem políticas de saúde. Segundo Pedro Ximenez, cientista de dados da FGV, mesmo com limitações, o painel oferece um “diagnóstico preliminar valioso” para identificar falhas e propor soluções no setor.

O que é a Atenção Primária à Saúde?

A Atenção Primária à Saúde é o primeiro nível de atendimento do SUS e envolve ações como promoção da saúde, diagnóstico, tratamento, reabilitação e prevenção de doenças. Ela atua como porta de entrada do sistema público e organiza o fluxo entre os diferentes níveis de atenção.

A APS também é responsável por rastrear doenças crônicas, monitorar gestantes, oferecer cuidados contínuos e garantir o acompanhamento da população pelas equipes das Unidades Básicas de Saúde (UBS).

Autor(a): BZN



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