21 MAI 2025
Andriy Portnov, ex-assessor de Viktor Yanukovych e figura central da política ucraniana pró-Rússia, foi morto a tiros nesta quarta-feira (21) em Madrid, na Espanha. O corpo do jurista de 52 anos foi encontrado nas proximidades de um colégio privado em Pozuelo de Alarcón, alvejado com múltiplos disparos na cabeça e nas costas por um grupo de homens ainda não identificados.
Portnov era uma figura controversa na Ucrânia, acusado de alta traição por seu suposto envolvimento na anexação da Crimeia pela Rússia. Ex-chefe do departamento judiciário durante o governo de Yanukovych (2010-2014), ele teve papel central na formulação das chamadas “leis de ditadura”, adotadas em janeiro de 2014 para reprimir os protestos do Euromaidan, que mobilizaram milhares de ucranianos contra o recuo do país no acordo de associação com a União Europeia.
Por seu papel nesses eventos e por suspeitas de corrupção e violações de direitos humanos, Portnov chegou a integrar a lista de sanções da União Europeia entre 2014 e 2015. Após a queda de Yanukovych, exilou-se primeiro na Rússia e depois em Viena, onde exerceu advocacia. Em 2018, os serviços de segurança ucranianos reabriram investigações contra ele, desta vez ligadas à anexação da Crimeia, mas o caso foi posteriormente arquivado. Ainda assim, ele permaneceu sob vigilância das autoridades por suas conexões com o Kremlin.
Natural de Lugansk, uma das regiões mais afetadas pela guerra no leste da Ucrânia, Portnov também havia servido tanto no exército soviético quanto, mais tarde, nas Forças Armadas da Ucrânia, durante o início da independência do país em 1991.
As circunstâncias e motivações por trás do assassinato ainda estão sob investigação.
Autor(a): BZN