31 JUL 2025
O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) deflagrou, nesta quinta-feira (31), a Operação Vereda Grande, voltada à desarticulação do núcleo financeiro da facção criminosa Sindicato do Crime. A ação, conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), cumpriu oito mandados de busca e apreensão nos municípios de Natal, Assu e São Paulo.
As investigações apontam que o grupo lavava dinheiro oriundo principalmente do tráfico de drogas, utilizando contas bancárias de terceiros, os chamados “laranjas”, para movimentar e ocultar recursos de forma dissimulada. A análise financeira revelou transações milionárias incompatíveis com os rendimentos declarados pelos envolvidos, muitos dos quais não possuem qualquer atividade profissional formal.
Um dos investigados, identificado como operador financeiro da facção, movimentou mais de R$ 1,1 milhão entre janeiro de 2022 e fevereiro de 2024, apesar de não exercer atividade remunerada e já ter passado pelo sistema prisional. Outra investigada, com renda formal de R$ 1.600, movimentou mais de R$ 1,3 milhão no mesmo período. Parte dos investigados recebia ainda benefícios sociais como o Bolsa Família e o Auxílio Emergencial.
Segundo o MPRN, o grupo utilizava mecanismos como compartilhamento de endereços residenciais e eletrônicos para maquiar os vínculos entre os envolvidos e dar aparência de legalidade às transações.
Durante a operação foram apreendidos dinheiro em espécie, cartões bancários, eletrônicos e documentos. O material passará por análise detalhada do Gaeco, que busca identificar outros membros do esquema e esclarecer o papel de cada envolvido no processo de lavagem de dinheiro.
A ação contou com o apoio da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, do Ministério Público e da Polícia Civil de São Paulo. Participaram da operação dois promotores de Justiça, 11 servidores do MPRN e 20 policiais militares.
Autor(a): BZN