30 JUN 2025
A Indonésia onde a brasileira Juliana Marins morreu em um trágico acidente é o mesmo país que, em 2015, ignorou todos os apelos internacionais, inclusive da então presidente Dilma Rousseff, e executou por fuzilamento dois brasileiros condenados por tráfico de drogas: Marco Archer Cardoso Moreira, 53 anos, e Rodrigo Gularte, 42.
Marco Archer, instrutor de asa-delta, foi preso em 2003 ao tentar entrar no país com 13,4 quilos de cocaína escondidos em tubos de asa-delta. Durante um período, dividiu cela na prisão com Rodrigo Gularte, preso em 2004 com cocaína escondida em oito pranchas de surfe. Ambos foram executados por fuzilamento em 2015, apesar de diversos pedidos de clemência do governo brasileiro.
Rodrigo, condenado à morte em 2005, chegou a ser diagnosticado com esquizofrenia paranoide e tentou o suicídio em 2006. Mesmo assim, as autoridades indonésias negaram o pedido de transferência para um hospital psiquiátrico e ignoraram os apelos humanitários do Brasil. Após a execução de Marco Archer, Dilma Rousseff emitiu comunicado afirmando estar indignada, classificou a execução como um fato que feriu gravemente as relações entre os dois países, mas a Indonésia ignorou.
Diante da tragédia envolvendo Juliana, muitos brasileiros cobram responsabilidades do guia que a deixou sozinha para fumar e dos responsáveis pelo parque pela demora em acionar a decesa civil, mas, a julgar pela experiência passada, dificilmente a Indonésia responderá a pressões externas. O que realmente pode surtir efeito é uma campanha forte de conscientização para turistas, principalmente para quem viaja ou faz passeios sozinho em áreas de risco, para que tragédias como essa não repitam-se.
Autor(a): BZN