03 SET 2025
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou nesta quarta-feira (3) o afastamento, por seis meses, do governador do Tocantins, Wanderley Barbosa (Republicanos). Ele é investigado por suspeita de participação em um esquema de fraudes na compra de cestas básicas durante a pandemia de covid-19.
Wanderley Barbosa está no cargo desde outubro de 2021, quando substituiu o então governador Mauro Carlesse, também afastado por decisão do STJ e que renunciou em março de 2022 após denúncias de recebimento de propinas.
A decisão do STJ foi anunciada no mesmo dia em que a Polícia Federal (PF) deflagrou a segunda fase da Operação Fames-19, com o objetivo de aprofundar as investigações sobre desvios de recursos públicos destinados ao enfrentamento da pandemia.
Segundo a PF, mais de 200 agentes cumprem 51 mandados de busca e apreensão em Palmas e Araguaína (TO), além do Distrito Federal, Imperatriz (MA) e João Pessoa (PB). As investigações, que tramitam sob sigilo no STJ, apuram suposto uso de emendas parlamentares e recebimento de vantagens indevidas por políticos e agentes públicos.
A corporação afirma já ter reunido fortes indícios de que, entre 2020 e 2021, contratos de fornecimento de cestas básicas e frangos congelados, que somaram R$ 97 milhões, teriam causado um prejuízo superior a R$ 73 milhões aos cofres públicos. Os valores desviados, segundo as apurações, teriam sido ocultados por meio da compra de gado, construção de imóveis de luxo e pagamento de despesas pessoais.
Em nota, Barbosa negou envolvimento direto nos contratos e classificou a decisão como “precipitada”. Ele ressaltou que, na época, era vice-governador e não tinha poder de ordenar despesas. “Reforço que determinei auditoria sobre os contratos e encaminhei todas as informações às autoridades competentes”, disse. O governador afastado afirmou ainda que recorrerá para reassumir o cargo.
Autor(a): BZN