05 JUL 2025
Fabiano Silva dos Santos entregou sua carta de demissão dos Correios nessa sexta-feira (5). Sai em silêncio, sem prestar contas, após dois anos de gestão catastrófica à frente da estatal. Um rombo de mais de R$ 4 bilhões, denúncias internas, gastos excessivos e uma série de escândalos administrativos marcam sua passagem, mas, como sempre, nada acontece quando o apadrinhado é do partido certo.
Indicado por Lula, Fabiano assumiu a presidência em 2023. Chegou com credenciais políticas, coordenador do Grupo Prerrogativas, coletivo de advogados alinhado ao PT, famoso por atacar a Lava Jato e defender figuras como José Dirceu. Nunca teve histórico em gestão logística, muito menos em administração pública de grande escala.
O resultado? Desastre anunciado:
- R$ 2,6 bilhões de prejuízo em 2024, o pior resultado da empresa em quase uma década.
- Mais R$ 1,7 bilhão de prejuízo só no 1º trimestre de 2025.
- Queda de 12% na receita, enquanto os gastos operacionais aumentavam.
- Aumento do próprio salário em 14%, passando de R$ 46,7 mil para R$ 53,3 mil, no mesmo momento em que a empresa cortava gastos e ameaçava PDVs.
- R$ 482 mil em diárias de viagens internacionais em 2024, para destinos como Suíça, China, EUA e França, mesmo em meio ao colapso financeiro.
- Denúncia de assédio moral comprovada na Justiça, resultando em indenização de R$ 100 mil.
- Reclamações de nepotismo, publicidade irregular e abandono logístico, com denúncias de estoque parado, falta de combustível e não convocação de concursados.
- Crescimento de 19% nos gastos com pessoal, enquanto a estatal perdia participação no comércio eletrônico por causa da “taxa das blusinhas”.
- Falta de transparência e pressão do Congresso, que já pedia audiência pública para cobrar explicações, nunca dadas.
Diante desse cenário, o que faz Fabiano? Entrega uma carta ao Planalto, diz que está cansado e vai cuidar da saúde. Sai pela porta da frente, como se nada tivesse acontecido. Nenhuma responsabilização. Nenhuma palavra ao contribuinte. Nenhuma prestação de contas.
E os juristas do Prerrogativas?
O mesmo grupo que virou linha de frente contra o “lavajatismo”, que atacava gestores por erros técnicos e defendia “moralidade pública”, agora silencia diante do fiasco de um dos seus.
Onde estão os manifestos, as notas indignadas, os apelos por transparência?
Quem responde pelo buraco financeiro deixado?
Autor(a): BZN