Cidade

Midiacom-RN nasce com lacuna: ignorar a Revista BZZZ é apagar a própria história

14 JUL 2025

Foto: BZN

Com pompa, foi lançado nesta segunda-feira (14), no Barreira Roxa, o Midiacom-RN, autodenominado Sindicato das Empresas de Rádio, TV, Jornais, Portais e Revistas do Rio Grande do Norte. Um nome ambicioso, que sugere abrangência, pluralidade e representatividade. Mas bastou o evento de estreia para se escancarar uma contradição gritante: a ausência de qualquer menção, institucional ou simbólica, a uma das publicações mais relevantes da história contemporânea da comunicação potiguar e nordestina: a Revista BZZZ. 

Completando 13 anos de circulação neste mês de julho, a BZZZ não é apenas uma revista. É um projeto de resgate histórico, jornalismo profundo e identidade cultural. Presente em nada menos que na biblioteca do Museu Ricardo Brennand, no Recife, um dos mais respeitados do mundo, a publicação tem cumprido, edição após edição, um papel que muitos veículos ignoraram: o de registrar, com seriedade e independência, a memória, os conflitos, os avanços e as contradições do Rio Grande do Norte e de outras partes do Brasil e do mundo.

Vale lembrar: em 2019, a BZZZ teve concorrido lançamento em Lisboa, no elegante Lounge Sky do Seen Lisboa, reunindo empresários, jornalistas, artistas e representantes do meio político e cultural português. Isso sem falar em suas edições temáticas históricas que se tornaram referência editorial e cultural.

E o Midiacom, criado com a bandeira de “representar a comunicação do RN”, ignora solenemente esse feito? Ignora uma publicação impressa, independente, com circulação internacional, curadoria histórica e relevância comprovada? Por escolha ou por conveniência?

Fica difícil acreditar na seriedade de um sindicato que nasce excluindo. Que nasce sem reconhecer quem faz comunicação de verdade. Que ignora quem documenta, quem pensa, quem pesquisa, quem confronta.

A Revista BZZZ nunca precisou de sindicato para existir. E talvez seja justamente por isso que foi esquecida. O Midiacom pode ter estrutura. Mas lhe faltou grandeza.

Autor(a): BZN



últimas notícias