02 AGO 2025
O cantor Marlon Brendon Coelho Couto da Silva, conhecido como MC Poze do Rodo, tornou-se réu na Justiça do Rio de Janeiro pelos crimes de tortura e extorsão mediante sequestro contra seu ex-empresário, Renato Antonio Medeiros. A denúncia foi aceita nesta sexta-feira (1º) pelo juiz Guilherme Schilling Duarte, da 11ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio.
Apesar do recebimento da denúncia, o magistrado negou o pedido de prisão preventiva feito pelo Ministério Público e determinou que o cantor e os demais acusados respondam ao processo em liberdade.
“Verifico que há indícios de materialidade e de autoria delitiva nas figuras dos acusados, e a inicial descreve os fatos criminosos em todas suas circunstâncias, permitindo a completa compreensão da acusação e, consequentemente, o exercício da ampla defesa. Sendo assim, recebo a denúncia”, escreveu o juiz na decisão.
Além de MC Poze, foram denunciados e também se tornaram réus Fábio Gean Ferreira da Silva (Loirinho), Leonardo da Silva de Melo (Leo), Matheus Ferreira de Castilhos (Tiza), Maurício dos Santos da Silva, Rafael Souza de Andrade (Casca) e Richard Matheus da Silva Sophia.
O juiz também rejeitou o pedido de sequestro de bens de MC Poze no valor de R$ 300 mil, que seria destinado a garantir eventual indenização por danos morais e materiais à vítima.
Defesa
Em nota, o advogado Fernando Henrique Cardoso Neves, responsável pela defesa do cantor, afirmou confiar na absolvição de seu cliente. “A decisão que recebeu a denúncia é a mesma que afasta por completo o inusitado e incabível pedido de prisão preventiva para quem, desde sempre, respeita de forma incontestável todas as decisões do Poder Judiciário. Confiamos que ao fim deste processo a Justiça será feita e Marlon será inocentado de todas as acusações.”
Acusação
De acordo com a denúncia do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), Renato Medeiros foi submetido a tortura física e psicológica em fevereiro de 2023, na casa de MC Poze, localizada em Vargem Grande, na zona oeste da capital fluminense. O objetivo das agressões seria forçar a vítima a confessar o suposto furto de parte de uma pulseira de ouro.
Mesmo após a devolução do item, Medeiros teria sido mantido em cárcere por cerca de uma hora e meia. Durante esse período, ele foi agredido com socos, chutes, queimaduras de cigarro e golpes de uma arma artesanal feita de madeira com pregos. Segundo laudo pericial, as agressões provocaram fraturas, lesões extensas e deformidades permanentes.
Prisão anterior
Em maio deste ano, MC Poze foi preso por agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Na ocasião, a polícia alegou que suas músicas faziam apologia ao tráfico de drogas e ao uso ilegal de armas, além de incitarem confrontos entre facções rivais. O cantor também é investigado por suposta ligação com a facção criminosa Comando Vermelho. Ele foi solto cinco dias após a prisão, por decisão judicial.
Autor(a): BZN