Justiça

General Heleno no STF: advogado critica excesso de provas e fala em impacto psicológico

03 SET 2025

Foto: Reprodução/TV Justiça

No segundo dia de julgamento do chamado “núcleo crucial” por suposta tentativa de golpe de Estado, nesta quarta-feira (3), o advogado Matheus Mayer Milanez, defensor do general Augusto Heleno, fez uma das mais brilhantes sustentações orais no STF, pedindo a absolvição do militar.

Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o governo Bolsonaro, é um dos oito denunciados pela PGR por tentar subverter o resultado das eleições de 2022. Entre as evidências estão reuniões, documentos e manifestações públicas, que, segundo a acusação, indicariam esforços para comprometer a legitimidade das urnas.

Na defesa, Milanez criticou o volume de documentos da operação Tempus Veritatis, fornecidos apenas dois dias antes do interrogatório, chamando-os de “montanha de arquivos”, e questionou a atuação do relator, ministro Alexandre de Moraes, que teria feito 302 perguntas ao general, enquanto a PGR apresentou 59, comprometendo a imparcialidade do julgamento.

O advogado também rebateu acusações de que Heleno teria apoiado críticas às urnas ou atuado como “consultor” de Bolsonaro, citando reportagem da revista Veja que mostra o afastamento do general do núcleo decisório do governo. Além disso, destacou divergências entre Heleno e o ex-presidente sobre vacinação.

Em sua fala final, Milanez disse que, diante das acusações, o general “perdeu a vontade de viver”, ressaltando o impacto emocional e psicológico do processo e reforçando a tese de defesa de que Heleno não teve envolvimento substancial nos eventos investigados.

Milanez concluiu pedindo absolvição, alegando falta de provas concretas e questionando a conduta do relator no processo.

Autor(a): BZN



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