Polícia

Diretor da PF diz que ameaças de Eduardo Bolsonaro serão incluídas em inquérito

21 JUL 2025

Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil e Mario Agra/Câmara dos Deputados

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, anunciou nesse domingo (20) que as declarações feitas pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) contra integrantes da corporação serão incorporadas ao inquérito já em curso contra o parlamentar. A investigação apura suspeitas de obstrução de Justiça, coação no curso do processo e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Rodrigues afirmou que a PF tomará “as providências legais cabíveis” e destacou que “nenhum investigado intimidará a Polícia Federal”. Segundo ele, os novos ataques se somam aos elementos já analisados no inquérito.

As declarações de Eduardo Bolsonaro ocorreram durante uma transmissão ao vivo em suas redes sociais, na qual o parlamentar atacou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e insultou delegados da PF. Ele chegou a se referir a um deles como “cachorrinho”.

“Se eu ficar sabendo quem você é, vou me mexer. Vai lá, coleguinha da Polícia Federal. Cachorrinho da PF que está me assistindo. Deixa eu saber não, irmão. Se eu ficar sabendo quem é você, eu vou me mexer aqui”, disse Eduardo durante a live.

Em seguida, o deputado mencionou nominalmente o delegado Fábio Alvarez Shor, responsável por investigações que levaram aos indiciamentos do ex-presidente Jair Bolsonaro. “Pergunta ao tal delegado Fábio Alvarez Shor se ele conhece a gente. O couro é duro, a guerra não acabou, vai vir mais sacrifício aí pela frente. Eu sei disso, mas tô disposto a ir até as últimas consequências. Será que o Barroso tá?”, declarou o parlamentar.

A transmissão ocorreu no mesmo dia em que terminou a licença de 120 dias do deputado. Caso não retorne ao Brasil e continue ausente das sessões plenárias da Câmara, Eduardo poderá ser alvo de sanções por faltas não justificadas.

O deputado está nos Estados Unidos desde fevereiro. Em março, anunciou que tiraria licença do mandato. Ele é investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposta tentativa de interferência em processos que envolvem seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, e outras autoridades brasileiras, incluindo declarações públicas contra o STF.

Autor(a): BZN



últimas notícias